sexta-feira, 27 de junho de 2008

Matriz de Guião para Entrevista Semi-Estruturada Trabalho de Grupo

Esta matriz que constitui um Guião para a realização de uma Entrevista semi-estruturada foi realizada pelo grupo constituído por Bruno Miranda, Carla Alves, Henriqueta Costa, Odília Leal e Teotónio Cavaco.

ANTES/PREPARAÇÃO

O que fazer?

. Criação de uma série de tópicos, nunca demasiado específicos (questões introdutórias, de acompanhamento, específicas, directas, indirectas, estruturadas, de interpretação, pausas e silêncios…), e sua ordenação de forma a obter uma ordem lógica das questões;
. Formulação de perguntas que nos possam ajudar a obter respostas às “questões – chave” no âmbito “geral” da investigação (devemos ter o cuidado de não as tornar muito específicas - estas questões deverão permitir perceber bem os contextos em que se movem os entrevistados, para melhor perceber a sua linguagem e códigos;
. Utilização de uma linguagem que seja compreensível e relevante para as pessoas que estamos a entrevistar;
. Criação de espaços de registo de informações de âmbito geral acerca do entrevistado (nome, idade, sexo), assim como informações mais específicas (anos de serviço, “posição” / “cargo” ocupado, etc.) – este tipo de informação será muito relevante para a contextualização das respostas dos entrevistados;
- Aquisição de bom material (gravador, microfone, etc.);
- Preparação de um sítio calmo e silencioso, com temperatura amena, boa luz, móveis, …) no qual decorrerá a entrevista.
- Verificação da disponibilidade dos entrevistados para a realização da entrevista, mediante um contacto prévio; (neste contacto podemos proceder às seguintes diligências:
* informar o (futuro) entrevistado sobre os resultados que esperamos obter com a realização da entrevista;
* explicar a razão pela qual procedemos à sua selecção, dando a conhecer a importância do seu contributo para a investigação que pretendemos desenvolver;
* informar os entrevistados sobre o tempo de duração previsto para a realização da entrevista;
* combinar a data, a hora e o local para a realização da entrevista.


DURANTE/ REALIZAÇÃO
O que fazer?

O entrevistador deve certificar-se que:
* possui conhecimento da matéria; * é claro, com ideias seguras sobre o que pretende encontrar; * é sensível, gentleman, aberto, crítico; * está preparado para desafios;
* tem sensibilidade estética; * tem boa memória;
* sabe interpretar; * tem capacidade para fazer balanços;
* é paciente e persistente;
. Explicação da entrevista, esclarecendo o entrevistado sobre: * o que pretende o entrevistador e o objectivo da entrevista; * a confidencialidade do entrevistado e das suas respostas; * a necessidade da colaboração do entrevistado, sem constrangimento de qualquer ordem;
. Manutenção de uma distância audível entre o entrevistado e o entrevistador (1 a 2 metros) - em casos de entrevista a um grupo, pode ser vantajoso subdividi-los em pequenos grupos;
. Verificação da existência de condições de privacidade do entrevistado;
. Manutenção do controle da entrevista pelo entrevistador;
. Pedido de autorização do entrevistado para proceder à gravação da entrevista;
. Valorização das respostas do entrevistado: * mostrando compreensão e simpatia; * usando um tom informal, de conversa, mais do que de entrevista formal; * apresentando a questão oralmente e por escrito (combinação das duas linguagens!);
. Condução da entrevista: * início com questões fáceis de responder (para pôr o entrevistado à vontade); * ir pedindo ao entrevistado para dizer em voz alta o que está a pensar, o que pensou em fazer, se está com alguma dificuldade na resposta, …; * evitar influenciar as respostas pela entoação ou destaque oral de palavras; * pedir exemplos de situações, de pessoas ou de objectos que o auxiliem a exprimir-se; * apresentar uma questão de cada vez; * explicitação da aceitação pelas opiniões do entrevistado (entrevista diferente de exame);
. Registo com as mesmas palavras do entrevistado, evitando resumi-las, anotando, se possível, gestos e expressões do entrevistado;
. Gestão do tempo de conversação, parando antes do tempo previsto (nunca mais de 1 hora), se o ambiente se tornar demasiado constrangedor;
. Término da entrevista como começou, num ambiente de cordialidade, para que o entrevistador possa voltar (se necessário) e obter novos dados.


DEPOIS/ ANÁLISE
O que fazer?

. Audição das respostas;
. Transcrição integral das respostas, num prazo muito curto, para evitar perder expressões e frases significativas;
. Elaboração de um registo, sob a forma de notas, acerca de:
* local onde a entrevista decorreu;
* modo como a entrevista decorreu, nomeadamente os aspectos alusivos ao “comportamento” verbal e não verbal do entrevistado (foi cooperante? falador? estava nervoso? etc.);
* ambiente que rodeou a entrevista: sossegado /“agitado”, muita gente / pouca gente, edifício novo / edifício antigo, utilização de computadores?, etc.
. Inferição sobre o grau de liberdade com que estas (respostas) foram dadas.
. Verificação dos requisitos dos dados fornecidos pelo entrevistado: validade – comparar os dados com uma fonte externa; relevância – importância em relação aos objectivos; especificidade e clareza – referência com objectividade a dados, datas, nomes, locais, percentagens, prazos, etc.; profundidade – relacionado com sentimentos e lembranças do entrevistado, sua intensidade e intimidade; extensão – amplitude da resposta;
. Análise das respostas através de medidas estatísticas: * determinar as percentagens das opções de resposta em cada item; * calcular a moda das variáveis qualitativas; * calcular as medidas estatísticas (média, mediana, desvio padrão, desvios, …) das variáveis quantitativas;
. Preenchimento da grelha de registo;
. Segunda audição das respostas;
. Envio aos entrevistados para validação (sempre que há um guião, deve ser validado por especialistas);
. Utilização da informação para o levantamento de hipóteses mais “seguras”, no que respeita à autenticidade das respostas obtidas (pré-análise);
. Classificação das respostas;
. Codificação (por motivos éticos - anonimato);
. Interpretação dos dados obtidos;
. Discussão dos dados, à luz da teoria.
. Elaboração de um relatório, no qual consta: * a metodologia do inquérito, incluindo a selecção da população e da amostra e a justificação, elaboração e a validação do instrumento da recolha de dados; * uma descrição da recolha e do tratamento dos dados;
. Apresentação da análise dos dados (tabelas, gráficos, resultados estatísticos, semelhanças e diferenças nas respostas dos entrevistados, padrões de declarações e correspondência com características individuais);
. Explicitação das conclusões da entrevista (síntese, resultados, reflexões, implicações, sugestões, …);
. Disponibilização dos materiais utilizados (anexos, bibliografia, dados...).

Entrevista - alguns artigos a consultar, disponibilizados na web

Entrevista 2

A Entrevista

A entrevista, contrariamente ao que se pode pensar, não é fácil de conduzir, porque requer o conhecimento de técnicas e um treino intensivo para dela se poderem extrair resultados. Embora a entrevista se possa definir como uma conversa entre duas pessoas, ela não é realmente uma conversa como as que podemos ter despreocupadamente com colegas. Toda a entrevista é intencional, visa um objectivo (ou um conjunto de objectivos). Por isso o entrevistador deve ter-se munido previamente de um guião, isto é, um documento no qual estejam listados os pontos mais importantes sobre os quais se quer ouvir o entrevistado.
Entrevistar alguém não deve, no entanto, consistir num mero jogo de perguntas e respostas. Esse tipo de interrogatório é pobre e não produz, regra geral, uma informação interessante. Aconselha-se que o entrevistador assuma uma atitude semi-directiva (ou, se se referir à entrevista, «semi-estruturada»), o que equivale na prática a deixar o entrevistado com liberdade para, mais do que responder a perguntas, discorrer sobre temas em que, naturalmente, irá fornecer a informação desejada.
Em princípio, a entrevista deve ser gravada, para poder ser depois transcrita. O entrevistado deve conceder autorização para fazer a gravação; se ele não a der o entrevistador terá de tomar notas tanto quanto possível fiéis do que foi dito. A análise do texto obtido, em todos os dados que não sejam puramente factuais, é uma tarefa importante porque o que está em causa é encontrar uma linha definidora do pensamento do entrevistado em relação aos pontos que referiu.
Se, na mesma avaliação, se entrevistaram diversas pessoas com idêntico grau de participação e/ou responsabilidade, o tratamento dos dados obtidos deve ser feito em conjunto. Para além do interesse que possam ter individualmente, é sempre interessante ver se é possível detectar aspectos comuns que esclareçam linhas convergentes de pensamento ou de acção bem como aspectos contraditórios que mostrem divergências. Em qualquer dos casos os resultados podem determinar uma investigação mais aprofundada para que possam ser explicados no contexto do projecto. As possibilidades de solicitar dados por escrito são muitas. Paralelamente à entrevista, quando se julga de interesse ter elementos de um quotidiano do projecto, uma boa solução é pedir às pessoas envolvidas que façam um diário, em que evidentemente só interessa o que se relaciona com a evolução do referido projecto.

Entrevista 1

Os repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas declarações que validem as informações apuradas ou que relatem situações vividas por personagens. Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações que o ajudarão a construir a matéria. Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repórter costuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o assunto a ser abordado e sobre a pessoa que será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas que levem o entrevistado a fornecer informações novas e relevantes. O repórter também deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas respostas, facto que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais do tema.(…) É importante que o repórter seja insistente. O entrevistador deve conquistar a confiança do entrevistado, mas não tentar dominá-lo, nem ser por ele dominado. Caso contrário, acabará induzindo as respostas ou perdendo a objectividade.
Métodos de entrevista
Os métodos de entrevista são uma aplicação dos processos fundamentais de comunicação que quando são correctamente utilizados permitem ao investigador retirar das suas entrevistas elementos de reflexão muito ricos. Nos métodos de entrevista, contrariamente ao inquérito por questionário, há um contacto directo entre o investigador e os seus interlocutores. Esta troca permite o interlocutor do investigador exprimir as suas ideias, enquanto que o investigador, através das suas perguntas, facilita essa expressão e não deixa-la fugir dos objectivos de investigação, cabendo também ao investigador trazer elementos de análise tão fecundos quanto possível.
No âmbito da análise de histórias de vida, o método de entrevista é extremamente aprofundado e detalhado com muito poucos interlocutores, o que leva a que as entrevistas sejam divididas em várias sessões.
O método de entrevista é especialmente adequado na análise que os autores dão às suas práticas, na análise de problemas específicos e na reconstituição de um processo de acção, de experiências ou acontecimentos do passado. Tem como principais vantagens o grau de profundidade dos elementos de análise recolhidos, a flexibilidade e a fraca directividade do dispositivo que permite recolher testemunhos dos interlocutores. Quanto a desvantagens, a questão de flexibilidade também pode vir ao de cima. Isto porque o entrevistador tem que saber jogar com este factor, de forma a estar à vontade, mas também de forma a não intimidar o interlocutor, o que poderia ocorrer caso por exemplo a linguagem ou a postura do entrevistador fossem de tal forma flexíveis. Outra desvantagem comparativamente ao método de inquérito por questionário é o facto de os elementos recolhidos não se apresentarem imediatamente sob uma forma de análise particular.
O método das entrevistas está sempre relacionado com um método de análise de conteúdo. A análise de conteúdo é uma metodologia de análise de textos que parte de uma perspectiva quantitativa, analisando numericamente a frequência de ocorrência de determinados termos, construções e referências num dado texto. Em Comunicação, é frequentemente usada como contraponto à análise do discurso, eminentemente qualitativa.
A análise de conteúdo incide sobre várias mensagens, desde obras literárias, até entrevistas. O investigador tenta construir um conhecimento analisando o “discurso”, a disposição e os termos utilizados pelo locutor. O investigador necessita assim de utilizar métodos de análise de conteúdo que implicam a aplicação de processos técnicos relativamente precisos, não se devendo preocupar apenas com aspectos formais, estes servem somente de indicadores de actividade cognitiva do locutor.
Hoje em dia a importância da análise de conteúdo na investigação social é cada vez maior, sobretudo devido à forma metódica com que tratam informações e testemunhos que apresentam algum grau de profundidade complexidade. Estes métodos têm sofrido uma evolução, favorecida pelos progressos em linguística, ciências da comunicação e da informática, e devido à preocupação de rigor e profundidade.
Importa referir algumas das variantes dos métodos de análise de conteúdo, que se agrupam em duas categorias: os métodos quantitativos, que são extensivos e têm como unidade de informação de base a frequência do aparecimento de certas características de conteúdo; e os métodos qualitativos que têm como unidade de informação de base a presença ou ausência de uma característica. Esta divisão não é assim tão linear e vários métodos recorrem tanto a um como a outro.
Distinguem-se três grandes categorias de métodos que incidem principalmente sobre certos elementos do discurso, sobre a sua forma ou sobre as relações entre os seus elementos constitutivos. São então as análises temáticas que revelam as representações sociais a partir de um exame de certos elementos constitutivos; as análises formais que incidem principalmente sobre as formas e encadeamento de discurso; e as análises estruturais, que põem a tónica sobre a forma como elementos de mensagem estão dispostos e tentam revelar aspectos subjacentes e implícitos de mensagem.
Estes métodos permitem o estudo do não dito ou dito entre linhas. O que é uma das suas vantagens. Quanto a desvantagens estas não podem ser generalizadas, devido às diferentes categorias em que se dividem os métodos. Podemos dizer que alguns métodos se baseiam em pressupostos simplistas, como é o caso da análise categorial. Enquanto outros são muito pesados e laboriosos, como por exemplo a análise avaliativa.
Quantos mais elementos de informação conseguirmos aproveitar da entrevista, mais credível será a nossa reflexão.
Entrevista semi-directiva
A entrevista semi-diretiva é a mais utilizada em investigação social. É semi-diretiva pois é encaminhada por uma série de perguntas guias, relativamente abertas e não muito precisas, que não obedecem necessariamente à ordem que está anotada no guião. O entrevistador desta forma, “deixará andar” dentro do possível o entrevistado, esforçando-se apenas para reencaminhar a entrevista para os seus objetivos quando esta se perder um pouco, colocando perguntas às quais o entrevistado não chega por si próprio, de forma natural e no tempo certo.
Entrevista centrada
Já a entrevista centrada, ou “focused interview”, tem como objectivo analisar uma experiência que o entrevistado tenha vivido ou assistido. O entrevistador não dispõe de nenhum guião com perguntas preestabelecidas, mas sim de uma lista de tópicos relativos ao tema estudado que serão necessariamente abordados ao longo da entrevista com o desenrolar da conversa.

Obtido em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Entrevista"
http://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_de_conte%C3%BAdo

Focus Group Interviewing

A Fous Group Inerviewin é uma técnica de entrevista, muito utilizada em ciências de investigação educacional e social, que permite a obtenção de uma visão aprofundada relativamente a uma determinada temática. Trata-se, efectivamente, de um processo estruturado para entrevistar um pequeno grupo normalmente constituído por 6 a 12 elementos.
A finalidade desta técnica não é a de reunir o consenso, mas antes de perceber ou extrair quais os pontos de vista dos participantes relativamente a uma determinada questão problemática[1]. A FGI proporciona não só uma oportunidade para empreender o tipo de exploração que é comum efectuar-se numa entrevista individual, como oferece, igualmente, a possibilidade de ouvir, conhecer e perceber o ponto de vista do outro. Normalmente, a interacção grupal é feita em dois sentidos: entre o moderador e os participantes ou entre os próprios elementos do grupo, que poderão interagir entre eles.
As principais etapas que constituem esta técnica são: planeamento, condução e avaliação (follow-up). A fase do planeamento é aquela que permite estabelecer os objectivos e inclui a preparação de questões que irão orientar o desenvolvimento da discussão. A condução baseia-se no respeito pelas técnicas da entrevista. A avaliação refere-se à análise dos dados obtidos, que neste caso se efectuou através da análise de conteúdo.
Amostra
A amostra de participantes numa FGI deverá ser a mais homogénea possível, de forma a permitir uma conversa fluente. Daí que, geralmente, a recolha da amostra não é determinada ao acaso, dependendo do objectivo e tema em consideração
1. Uma das formas de obter a amostra consiste em contactar com as organizações da comunidade e solicitar-lhes auxílio para escolher os participantes.

Características de um Entrevistador de sucesso

10 Características a possuir por um Entrevistador de Sucesso, segundo Kvale(1996)*:

• Conhecedor - está familiarizado relativamente ao focus da entrevista; podem ser usadas entrevistas piloto do mesmo tipo na preparação;
• Estruturado - clarifica o propósito da entrevista; pergunta se o entrevistado tem perguntas;
• Claro – perguntas breves, feitas com clareza e simplicidade;
• Gentil – deixa o entrevistado concluir, tolera pausas e concede tempo para pensar;
• Sensível - ouve com atenção o que é dito e como é dito; usa empatia para lidar com os entrevistados;
• Aberto – responde ao que é importante para o entrevistado e é flexível;
• Manipulador - sabe o que quer descobrir;
• Crítico - está preparado para desafiar o que é dito, ocupando-se, por exemplo de inconsistências ou contestações dos entrevistados;
• Recorda - relaciona o que se diz com o que se disse anteriormente;
• Interpretativo - clarifica e amplia os significados das declarações dos entrevistados, sem atribuir-lhes a importância pessoal dos entrevistados.
Aos quais o(a) autor(a) juntaria as seguintes características:
• Equilibrado - deve usar a sua fala apenas para o necessário (não deve falar, nem pouco, nem em demasia);
• Sensível eticamente – dá a conhecer os propósitos da entrevista e garante a confidencialidade das respostas dos entrevistados

* Retirado e traduzido de INTERVIEWING IN QUALITATIVE RESEARCH

Vantagens e Desvantagens da Entrevista

Vantagens:

- possibilidade de manutenção do anonimato dos entrevistados;
- maior abertura dos entrevistados;
- maior facilidade e abertura proporcionada pela comunicação verbal;
- conhecimento mais profundo que possibilita ao entrevistador;
- acesso a informações armazenadas informalmente e inconscientemente;
- melhor julgamento sobre as organizações e os seus agentes (tipos de liderança, ...);
- estimula o raciocínio de entrevistadores e entrevistados.

Desvantagens:

- alguma dificuldade em realizar anotações;
- possibilidade de existência de palpites, comentários subjectivos e pouco correctos eticamente;
- possibilidade de envolvimento emocional.

Retirado e traduzido de INTERVIEWING IN QUALITATIVE RESEARCH

O processo de recolha de dados - A Entrevista

Breve contextualização apresentada pelas docentes da unidade curricular de Investigação Educacional, Prof.ª Dr.ª Alda Pereira e Prof.ª Dr.ª Luísa Aires, relativamente à técnica da Entrevista.
Os dados em investigação educacional: a Entrevista

A entrevista é uma das técnicas mais comuns e importantes no estudo da acção educativa. Adopta uma grande variedade de usos e de formas que vão da mais comum (a entrevista individual) à entrevista de grupo, ou mesmo às entrevistas mediatizadas pelo telefone ou computador. A sua duração pode limitar-se a uns breves minutos ou a longos dias, como é a caso da entrevista nas histórias de vida.
Existem três características básicas que podem diferenciar as entrevistas:
Entrevistas desenvolvidas entre duas pessoas ou com um grupo de pessoas.
Entrevistas que abarcam um amplo espectro de temas (ex.: biográficas) ou as que incidem sobre um só tema (monotemáticas).
Entrevistas que se diferenciam consoante o maior ou menor grau de pré-determinação ou de estruturação das questões abordadas - entrevista em profundidade não-directiva, entrevista semi-estruturada e entrevista estruturada e estandardizada.

Tema-2- 2.ª Fase - O processo de recolha de dados - A Entrevista

Durante o decurso desta actividade, consistente com a 2.ª Fase, relativa ao processo de recolha de dados, previa-se a exploração e o aprofundamento de conhecimentos sobre a "Entrevista". Esta fase privilegiava o uso da referida técnica no processo de investigação, partindo de duas situações de trabalho colaborativo: a primeira a desenvolver em equipa, de 29 de Abril a 5 de Maio e a segunda consistia na discussão dos trabalhos realizados em grupo, com decurso entre os dias 6 e 12 de Maio de 2008.
Relativamente ao trabalho de equipa, considerava-se importante que cada equipa pudesse reflectir sobre a relação entre o uso da entrevista e os objectivos da investigação, analisasse as vantagens e desvantagens da utilização da entrevista enquanto técnica de recolha de dados e reflectisse sobre a construção do guião da entrevista, assim como os procedimentos a adoptar na sua aplicação.

A sequenciação das tarefas a realizar estava assim estruturada:

. Explorar a bibliografia proposta sobre a entrevista em investigação educacional, assim como a sua aplicabilidade em contextos específicos.
. Analisar a dissertação "Processos de Liderança e Desenvolvimento Curricular no 1º ciclo do ensino básico: um Estudo de Caso", da autoria de Eva Filipa Marinho Direito dos Santos e, em particular, a justificação do uso desta técnica e os procedimentos adoptados pela investigadora:
- A autora apresenta claramente os objectivos da investigação que presidiram à escolha da técnica da entrevista?
- Qual é a relevância desta técnica para a presente investigação?
- É apresentado, de um modo claro, o tipo de entrevista aplicado?
- A autora apresenta o guião da entrevista?
- Quais são os elementos básicos deste guião?
- Os informantes-entrevistados são caracterizados?
- São referidos os critérios adoptados na identificação dos informantes-entrevistados?
- O método de análise do material empírico recolhido nas entrevistas é apresentado de um modo claro e fundamentado?
- Elaborar, em grupo, uma matriz exemplificativa do guião de uma entrevista semi-estruturada que possa ser usada como ferramenta auxiliar do investigador.
- Disponibilizar a matriz construída por cada uma das equipas no fórum "Recolha de dados II", em 05 de Maio.
- Discutir as matrizes do gruião elaboradas pelas equipas, em fórum alargado à turma, entre 06 e 12 de Maio.

Tema 2 - Reflexão sobre a recolha de dados - Questionário

O segundo tema, referente à utilização do Questionário no processo de Investigação, decorreu durante a semana de 14 a 20 de Abril de 2008.
O trabalho, a desenvolver em equipa (já constituída) tinha como objectivos: reflectir sobre a relação entre a utilização de um questionário e os objectivos de uma investigação; analisar as vantagens e desvantagens da utilização do questionário como técnica de recolha de dados e reflectir sobre os passos determinantes e sobre os cuidados a ter em conta na construção de um questionário com qualidade.
Pretendia-se que ao longo desta semana todos os alunos explorassem a bibliografia sobre a utilização do questionário em investigação e os cuidados a ter na construção de um questionário: analisassem a dissertação Setúbal, as TIC e o ensino de Inglês: atitudes dos professores, de Conceição Brito, no que respeita à utilização do questionário por esta investigadora, tentando responder a algumas questões enunciadas pelas docentes; elaborassem um esquema gráfico exemplificativo do planeamento de um questionário que pudesse ser usado como uma ferramenta heurística auxiliar de um investigador (tarefa de cada grupo) e, finalmente, disponibilizassem o esquema construído por cada grupo no fórum Recolha de dados I.
Orientando-nos pela bibliografia fornecida e por mais alguns recursos pesquisados individualmente, realizou-se com alguma dificuldade na gestão do tempo, um planeamento possível para a realização de um Questionário a utilizar num processo de Investigação Educacional (que apresentámos num post anterior). Na verdade, pese a tarefa desenvolvida pelo grupo ter constituído um referencial da aprendizagem de conteúdos e da análise da dissertação facultada, não se realizou, penso que por alguma incompreensão relativa ao objectivo da tarefa, o referido esquema gráfico pedido.
Tal facto, tendo em conta o não cumprimento na íntegra da tarefa estabelecida, não revela falta de empenho ou participação dos elementos do grupo. Pelo contrário, notou-se nesta actividade muito mais envolvimento de todos os elementos na discussão, em fóruns criados para o desenvolvimento da temática, bem como na realização do Guia ou Planeamento do Questionário. Daí decorre uma avaliação positiva quer a nível individual, quer do grupo.

Bem Vindo(a)

Este espaço, aberto a todos os colegas e Professores do Mestrado em Supervisão Pedagógica 2007/2009, da Universidade Aberta, pretende consignar temas e reflexões sobre vivências, experiências e novas aprendizagens, no âmbito da unidade curricular de Investigação Educacional.