sexta-feira, 27 de junho de 2008

Entrevista 2

A Entrevista

A entrevista, contrariamente ao que se pode pensar, não é fácil de conduzir, porque requer o conhecimento de técnicas e um treino intensivo para dela se poderem extrair resultados. Embora a entrevista se possa definir como uma conversa entre duas pessoas, ela não é realmente uma conversa como as que podemos ter despreocupadamente com colegas. Toda a entrevista é intencional, visa um objectivo (ou um conjunto de objectivos). Por isso o entrevistador deve ter-se munido previamente de um guião, isto é, um documento no qual estejam listados os pontos mais importantes sobre os quais se quer ouvir o entrevistado.
Entrevistar alguém não deve, no entanto, consistir num mero jogo de perguntas e respostas. Esse tipo de interrogatório é pobre e não produz, regra geral, uma informação interessante. Aconselha-se que o entrevistador assuma uma atitude semi-directiva (ou, se se referir à entrevista, «semi-estruturada»), o que equivale na prática a deixar o entrevistado com liberdade para, mais do que responder a perguntas, discorrer sobre temas em que, naturalmente, irá fornecer a informação desejada.
Em princípio, a entrevista deve ser gravada, para poder ser depois transcrita. O entrevistado deve conceder autorização para fazer a gravação; se ele não a der o entrevistador terá de tomar notas tanto quanto possível fiéis do que foi dito. A análise do texto obtido, em todos os dados que não sejam puramente factuais, é uma tarefa importante porque o que está em causa é encontrar uma linha definidora do pensamento do entrevistado em relação aos pontos que referiu.
Se, na mesma avaliação, se entrevistaram diversas pessoas com idêntico grau de participação e/ou responsabilidade, o tratamento dos dados obtidos deve ser feito em conjunto. Para além do interesse que possam ter individualmente, é sempre interessante ver se é possível detectar aspectos comuns que esclareçam linhas convergentes de pensamento ou de acção bem como aspectos contraditórios que mostrem divergências. Em qualquer dos casos os resultados podem determinar uma investigação mais aprofundada para que possam ser explicados no contexto do projecto. As possibilidades de solicitar dados por escrito são muitas. Paralelamente à entrevista, quando se julga de interesse ter elementos de um quotidiano do projecto, uma boa solução é pedir às pessoas envolvidas que façam um diário, em que evidentemente só interessa o que se relaciona com a evolução do referido projecto.

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Bem Vindo(a)

Este espaço, aberto a todos os colegas e Professores do Mestrado em Supervisão Pedagógica 2007/2009, da Universidade Aberta, pretende consignar temas e reflexões sobre vivências, experiências e novas aprendizagens, no âmbito da unidade curricular de Investigação Educacional.