sábado, 28 de junho de 2008

Tema 3 - A Investigação-Acção em Educação - Breve contextualização

Neste espaço é apresentada uma breve contextualização sobre a Investigação-Acção apresentada pelas docentes Prof.ª Dr.ª Luísa Aires e Prof.ª Dr.ª Alda Pereira para lançamento do tema.
A investigação-acção é um método de investigação que pode situar-se no campo da Educação como orientado para a prática educativa. Na sua essência parte do pressuposto de que é possível conciliar num mesmo percurso a investigação e a acção. Cohen, Manion e Morrison (2004)[1] situam-na como uma intervenção realizada num contexto real e sujeita a um exame rigoroso sobre os efeitos dessa mesma intervenção. Kemmis e McTaggart (citados por estes autores) assumem que fazer investigação-acção é planear, actuar, observar e reflectir mais cuidadosamente, mais sistematicamente e mais rigorosamente do que o que se faz na vida diária.
De uma forma muito geral, podemos ainda referi-lo como visando transformar a realidade, propiciar a mudança social e possibilitar que os participantes tomem consciência do seu papel nos processos de transformação (Sandín Esteban, 2003)[2].
Apesar de variações no modo como vários autores conceptualizam este método de investigação, há unanimidade quanto a alguns traços essenciais que o caracterizam: diz respeito a um problema ou situação real, a intervenção é situada no contexto onde esse problema é vivenciado, é realizada pelos próprios intervenientes na acção, pretende contribuir para a mudança e engloba obrigatoriamente um percurso que combina a reflexão com a acção, num processo dialéctico, sistemático e contínuo.
Cohen, Manion e Morrison apresentam o processo de investigação-acção como desenvolvendo-se em 8 etapas:
1) identificação, avaliação e formulação do problema percebido como crítico numa situação quotidiana de ensino;
2) discussões e negociações preliminares entre as partes interessadas - profs, investigadores, consultores, o que deve culminar com uma proposta em draft;
3) revisão da literatura para encontrar o que pode ser aprendido de estudos comparáveis, quer quanto aos objectivos, como aos procedimentos e aos problema encontrados;
4) modificação ou redefinição da formulação inicial do problema; explicitação das mudanças que se pretendem;
5) selecção dos procedimentos de investigação;
6) escolha dos procedimentos de avaliação a ser usados;
7) implementação do projecto;
8) interpretação dos dados e avaliação global do projecto; os resultados globais são discutidos à luz dos critérios de avaliação previamente considerados.

Por sua vez, Sandín Esteban apresenta uma metodologia centrada em 4 grandes etapas, que se repetem em espiral:
1) clarificação e diagnóstico de uma situação problemática para a prática;
2) identificação e definição de estratégias de acção para resolver o problema;
3) executar as estratégias previstas e avaliá-las;
4) apreciação global do resultado tendo em vista uma nova clarificação do problema, dando origem ao passo seguinte da espiral de reflexão e acção.

[1] Cohen, L, Manion, L, Morrison, K (2004), Research Methods in Education, London, RoutledgeFalmer.
[2] Sandin Estaban, M.P. (2003), Investigacion Cualitativa en Educación, Madrid, McGrawHill.

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Bem Vindo(a)

Este espaço, aberto a todos os colegas e Professores do Mestrado em Supervisão Pedagógica 2007/2009, da Universidade Aberta, pretende consignar temas e reflexões sobre vivências, experiências e novas aprendizagens, no âmbito da unidade curricular de Investigação Educacional.