domingo, 22 de junho de 2008

Paradigma segundo Khun


Thomas Kuhn mudou por completo a noção que se tinha sobre o progresso científico. Se anteriormente, se pensava que a ciência progredia de forma contínua, por melhoramentos consecutivos, que iam sendo adicionados por sucessivos cientistas, Khun veio revolucionar ao defender que o progresso científico derivava de mecanismos de ruptura.
A ciência é entendida como normal, ao longo de determinado período de tempo, na medida em que todos a percepcionam de uma mesma forma. Quando essa visão começa a ser posta em causa, tal como os fundamentos que a ela presidem, então, dá-se a ruptura.
Khun chamava paradigmas a estas novas ideias de ver o mundo. Quando alguém descobre um paradigma distinto, sobre o qual é possível basear o desenvolvimento duma ciência, diz-se que a ciência é, durante esse período, uma Ciência Revolucionária.
Segundo Kuhn, uma ciência evolui por etapas que ora são de evolução normal, ora de ruptura revolucionária, sendo as rupturas revolucionárias as que mais contribuem para o progresso dessa ciência.
Thomas Kuhn descreve como ciências imaturas aquelas que ainda nem sequer têm paradigmas, e que, como tal, nem sequer podem ser consideradas ciências. Um investigador que pretenda fazer ciência na ausência de uma paradigma unificador depara com uma colecção arbitrária de conceitos não organizados, sem qualquer estrutura integradora capaz de lhes dar coerência e unidade, ou então com múltiplas propostas de estruturas integradoras que são inconciliáveis entre si.
Uma ciência que já estabeleceu os seus paradigmas é considerada uma ciência normal. Como se desenvolve no respeito do seu paradigma unificador, tem um desenvolvimento incremental que tende a limitar-se a resolver, mais ou menos rotineiramente, os problemas que se vão colocando. Como dizia Kuhn, a este nível, as ciências pouco mais fazem do que resolver “puzzles”.
De acordo com Kuhn, os grandes progressos de uma ciência só acontecem quando os seus próprios paradigmas são desafiados e substituídos por novos paradigmas. A essas ciências, que rompem com os paradigmas que as regiam, chamou ciências revolucionárias.
COmo já vimos, o conceito de paradigma tornou-se muito popular a partir das propostas de Kuhn e hoje significa, mesmo na linguagem corrente, uma maneira de ver a realidade. Trata-se de um conceito particularmente importante para compreender, não apenas a ciência, mas a própria vida em sociedade. De facto, muitos dos conflitos que hoje em dia se geram resultam de choques entre pessoas que vêm a realidade de maneiras antagónicas. Este facto é tão mais importante quanto acontece que, quando se vê a realidade de uma determinada maneira se tende a ser incapaz de a ver de outra, possivelmente mais correcta.
No essencial, o importante é ganharmos flexibilidade intelectual para sermos capazes de mudar de paradigma. Uma vez ganha essa flexibilidade, poderemos, então, analisar cuidadosamente os paradigmas em jogo e fazer opções muito mais apropriadas aos universos nos quais, em cada momento, nos situamos.
Adaptado de

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Este espaço, aberto a todos os colegas e Professores do Mestrado em Supervisão Pedagógica 2007/2009, da Universidade Aberta, pretende consignar temas e reflexões sobre vivências, experiências e novas aprendizagens, no âmbito da unidade curricular de Investigação Educacional.