Relativamente ao Problema 2, sobre a análise qualitativa de dados, era-nos pedido que retomássemos a dissertação “Processos de Liderança e Desenvolvimento Curricular no 1º Ciclo do Ensino Básico: Estudo de Caso” e que, privilegiando o estudo empírico realizado nesta investigação, nomeadamente, a análise de dados, produzíssemos uma reflexão em torno das seguintes questões:
1) Se desenvolvesse uma investigação centrada no objecto de estudo desta dissertação, escolheria a entrevista como método de recolha de informação?
Relativamente a esta questão sou levado a responder afirmativamente. Não só escolheria a entrevista como um dos métodos de recolha de informação, como optaria por um tipo de entrevista semi-estruturada (Bogdan) ou semi-directiva (Quivy), tal como a autora. Todavia, não excluiria outro tipo de métodos de recolha de informação, tal como a análise de documentos pessoais e oficiais (referida também pela autora) e a observação com o recurso à realização de notas de campo.
2) Os procedimentos adoptados para a análise das entrevistas adequam-se aos objectivos da investigação?
Parece-me que sim, uma vez que a autora manifesta preocupação com o registo áudio para transcrição integral das entrevistas e com a sua validação posterior por parte dos entrevistados. A autora procede a uma abordagem indutiva através de uma análise de conteúdos, alicerçada numa escolha de temas e categorização realizada previamente, e a uma abordagem também dedutiva, com base na concepção de nova categorização resultante das respostas dos entrevistados.
3) Quais são as principais etapas de análise de conteúdo seguidas pela autora?
Com base na resposta à questão anterior é perceptível a tentativa, a meu ver bem conseguida, de confrontar padrões de resposta dos respondentes segundo um tema específico e uma categorização bem delimitada. Essa aglutinação segundo categorização específica, permite a realização de comparações entre perfis de entrevistados distintos.
4) A análise de conteúdo revela-se um método adequado para o tratamento da informação recolhida?
Para o tipo de análise pretendido, a análise de conteúdos parece-me o método mais adequado para o tratamento da informação recolhida, uma vez que a autora consegue, dessa forma, filtrar muita da informação recolhida, categorizando-a devidamente.
5) De acordo com as leituras que realizou, poderiam ter sido seguidas outras metodologias de análise das entrevistas?
É de referir, de acordo com outras leituras realizadas, a hipótese de se ter podido também recorrer a uma análise léxica, tendo em conta o teor do estudo (ver a propósito artigo de Freitas, H. sobre Técnica inovadora para análise de dados qualitativos, cuja referência se deixa em anexo Bibliográfico). Como outras metodologias ao serviço da análise de dados poderíamos optar pela análise semiótica e a “Grounded theory”
Paralelamente à utilização das técnicas de análise já referidas, refira-se a forte predominância de utilização de diverso software para análise de dados. Para o efeito, poderíamos utilizar o Sphinx Léxica[1] (mistura de análise léxica e de conteúdos), podem ser utilizados outros programas informáticos para análise de dados, como o ATLAS/ti e winMAX[2].
6) Compare a sistematização da análise de conteúdo realizada pela autora com os outputs parciais publicados no espaço de documentos sobre análise qualitativa (“Análise Qualitativa.Tratamento” e Análise Qualitativa.Quadros). Que comentários lhe sugerem as diferenças que identifica?
O único comentário que me parece oportuno fazer, no que diz respeito a esta questão, prende-se com o facto de a autora desta dissertação não ter recorrido ao tratamento informático dos dados recolhidos (pelo menos não lhe faz referência!). Enquanto, que a autora sistematiza tipos de respostas segundo os objectivos e a categorização delineada, escolhendo transcrições para permitir conotação com a sua própria interpretação, a análise informática de dados, visível nos outputs dos referidos documentos, poderia sugerir outro tipo de análise e interpretação das respostas obtidas.
Referências Bibliográficas utilizadas:
Bogdan, R. & Bliken, S. Investigação Qualitativa em Educação. Porto. Porto Editora. 2004
Freitas, H.. Técnica Inovadora para análise de dados qualitativos. Porto Alegre: I SBSI – Simpósio Brasileiro de Sistemas de Informação, PUCRS-UFRGS-UNISINOS-UCS, 13-14 Outubro 2004, p. 205-212
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